Política, Estado e Direito

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sábado, 15 de setembro de 2012

Não vale a pena apostar em campanha de ataque e agressão: o caso de Uberlândia em números


A campanha do adversário de Gilmar partiu para o ataque e agressão. Para isso, tenta sugerir que votar em Gilmar Machado é voltar a um passado de “mal” governo: 2001-2004. Sem entrar no mérito da conhecida técnica maniqueísta do “bem versus mal”, vou apresentar uma reflexão em números para justificar o equívoco dessa aposta de campanha: a) em 2012, Uberlândia tem 620 mil habitantes; no ano 2000, ano daquela eleição, tinha 500 mil: de cara, 100 mil habitantes sequer existiam ou estavam em Uberlândia; b) em 2012, Uberlândia tem 450 mil eleitores; no ano 2000 tinha 325 mil. Significa que 125 mil eleitores (30%) sequer votavam aqui no ano 2000; para esses, os ataques simplesmente não faz sentido nenhum; c) estudos indicam que entre 30 e 50 por cento dos eleitores não se lembram em que votaram nas últimas eleições (menos de 4 anos); imagina em uma eleição de 12 anos atrás: quantos por cento vão se lembrar quem eram os candidatos a prefeito no ano 2000...e em quem votaram? Considerando que 50% não se lembra, tentar colar a imagem de Gilmar a um tal “mal” governo entre 2001 e 2003 só faz sentido para cerca de 150 mil eleitores, ou seja, cerca 35% dos atuais votantes de Uberlândia. Ocorre o seguinte. O prefeito que venceu a eleição de 2000, Zaire, ganhou de Luiz Humberto. Porém, possui um elevado índice de rejeição. É nisso que a publicidade do PSDB aposta. Ocorre que desconsideram um fator: Zaire é um senhor de 80 anos, educado, gentil, elegante, simpático. Conhecido pela capacidade democrática de ouvir, e atualmente estudando filosofia na UFU, ao apanhar tanto e ser transformado explicita e implicitamente em representante do atraso e do mal, Zaire transforma-se em vítima para parte dos 35% de eleitores que se lembram do que ocorreu no ano de 2000. Resultado: atacar Gilmar a partir das eventuais limitações do PMDB deve agradar cerca de 20% dos eleitores de Uberlândia. Os outros 80% podem não votar em Zaire (até porque ele não é candidato). Mas não se sentem bem ao ver o senhor de barba grisalha defenestrado em público sem espaço para se defender. Não há nenhum público do mundo que aprove linchamento e ataques. A não ser o público patológico. Publicitários deveriam estudar mais política. Políticos deviam ouvir menos os publicitários.

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