Política, Estado e Direito

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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Desafios de Uberlândia: o local e o regional


Cravada no coração geográfico do Brasil, a Mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba é formada por trinta e cinco municípios. Possui área física de cerca de 54 mil km² e mais de 1,6 milhão de habitantes. Considerados apenas os orçamentos públicos de cinco, destas trinta e cinco cidades – Uberlândia, Uberaba, Araguari, Araxá e Ituiutaba –, tem-se a fantástica cifra de mais de 3 bilhões de reais por ano apenas em orçamentos municipais. De economia diversificada – agropecuária, açúcar, álcool, café, minério, fumo, fertilizantes e alimentos –, a localização privilegiada faz a região destacar-se mundialmente por sua capacidade de logística e distribuição. Em Uberlândia, com saídas rodoviárias para todo o Brasil, estão as cinco maiores atacadistas do país. São mais de mil empresas de logísticas, e uma frota de cerca de 11 mil caminhões. Uberaba, sede da ABCZ, é conhecida mundialmente como a capital do zebu. As cidades de Araguari e Patrocínio destacam-se nacionalmente pela produção em larga escala de café do cerrado, com destaque para a história e potencial ferroviário de Araguari. Araxá está entre as maiores referências de exploração de minérios raros do mundo.

A região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba possui, ainda, promissor potencial tecnológico e educacional. Uberlândia, possui vinte e duas instituições de ensino superior, dentre as quais a Universidade Federal de Uberlândia com orçamento anual de cerca de 1,1 bilhão de reais e campi avançados em Ituiutaba, Monte Carmelo e Patos de Minas. Só em Uberlândia há cerca de setenta mil pessoas com ensino superior completo. Uberaba possui dez entidades de ensino superior, com destaque para a tradição da UNIUBE, atuante desde 1947 e Universidade Federal do Triângulo Mineiro, com atuação desde 1953. Não se desconsidere o Instituto Federal do Triangulo Mineiro, com atuação em Patrocínio, Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba e Paracatu, além do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, com presença marcante em Araxá.

No centro dessa fantástica rede de relações sociais, culturais, políticas, econômicas e jurídicas, está a cidade de Uberlândia: a segunda maior de Minas Gerais e terceira maior do interior do Brasil – empatada com Ribeirão Preto, atras apenas de Campinas e São José dos Campos. Com vocação local para o desenvolvimento, é inevitável que Uberlândia assuma, de forma planejada, os desafios de liderar o fortalecimento integrado da região: isso é regionalização.

Circula, em alguns espaços locais, uma campanha contra a regionalização do Hospital Municipal, sob o argumento de que essa importante obra pertence apenas ao “povo de Uberlândia”. Sem entrar no mérito deste pensamento frágil, a questão é que não há ninguém defendendo a regionalização do Hospital Municipal. O Hospital é local, e assim continuará. O debate que precisa ser feito é absolutamente mais complexo e promissor: se Uberlândia tem condições políticas e quadros técnicos capazes de intensificar seu progresso liderando a região para que possamos desenvolver juntos.

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