Cravada no coração geográfico do Brasil, a Mesorregião do
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba é formada por trinta e cinco
municípios. Possui área física de cerca de 54 mil km²
e mais de 1,6 milhão de habitantes. Considerados apenas os
orçamentos públicos de cinco, destas trinta e cinco cidades –
Uberlândia, Uberaba, Araguari, Araxá e Ituiutaba –, tem-se a
fantástica cifra de mais de 3 bilhões de reais por ano apenas em
orçamentos municipais. De economia diversificada – agropecuária,
açúcar, álcool, café, minério, fumo, fertilizantes e alimentos
–, a localização privilegiada faz a região destacar-se
mundialmente por sua capacidade de logística e distribuição. Em
Uberlândia, com saídas rodoviárias para todo o Brasil, estão as
cinco maiores atacadistas do país. São mais de mil empresas de
logísticas, e uma frota de cerca de 11 mil caminhões. Uberaba, sede
da ABCZ, é conhecida mundialmente como a capital do zebu. As cidades
de Araguari e Patrocínio destacam-se nacionalmente pela produção
em larga escala de café do cerrado, com destaque para a história e
potencial ferroviário de Araguari. Araxá está entre as maiores
referências de exploração de minérios raros do mundo.
A região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba possui, ainda,
promissor potencial tecnológico e educacional. Uberlândia,
possui vinte e duas instituições de ensino superior, dentre as
quais a Universidade Federal de Uberlândia com orçamento anual de
cerca de 1,1 bilhão de reais e campi avançados em Ituiutaba, Monte
Carmelo e Patos de Minas. Só em Uberlândia há cerca de setenta mil
pessoas com ensino superior completo. Uberaba
possui dez entidades de ensino superior, com destaque para a
tradição da UNIUBE, atuante desde 1947 e Universidade Federal do
Triângulo Mineiro, com atuação desde 1953. Não se desconsidere o
Instituto Federal do Triangulo Mineiro, com atuação em Patrocínio,
Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba e Paracatu, além do Centro Federal
de Educação Tecnológica de Minas Gerais, com presença marcante em
Araxá.
No centro dessa fantástica rede de relações sociais, culturais,
políticas, econômicas e jurídicas, está a cidade de Uberlândia:
a segunda maior de Minas Gerais e terceira maior do interior do
Brasil – empatada com Ribeirão Preto, atras apenas de Campinas e
São José dos Campos. Com vocação local para o desenvolvimento, é
inevitável que Uberlândia assuma, de forma planejada, os desafios
de liderar o fortalecimento integrado da região: isso é
regionalização.
Circula, em alguns espaços locais, uma campanha contra a
regionalização do Hospital Municipal, sob o argumento de que essa
importante obra pertence apenas ao “povo de Uberlândia”. Sem
entrar no mérito deste pensamento frágil, a questão é que não há
ninguém defendendo a regionalização do Hospital Municipal. O
Hospital é local, e assim continuará. O debate que precisa ser
feito é absolutamente mais complexo e promissor: se Uberlândia tem
condições políticas e quadros técnicos capazes de intensificar
seu progresso liderando a região para que possamos desenvolver
juntos.
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